7 de novembro de 2016

FDSM realiza Colóquio sobre o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana


Palestrantes do colóquio "Um ano de Samarco". O evento foi idealizado pelo
Prof. Dr. Rafael Simioni, e contou com a participação de cerca de 130 pessoas.


A Faculdade de Direito do Sul de Minas, em parceria com a UNIVÁS (Universidade do Vale do Sapucaí), realizou no dia 4 de novembro o Colóquio “Um ano de Samarco”, cujo objetivo foi promover uma ampla discussão sobre o rompimento da barragem da Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, MG. O evento contou com palestras de diversos profissionais: Profª. Dra. Maraluce Maria Custódio (Escola Superior Dom Helder Câmara), que falou sobre o temaDesastre de Aznalcóllar e Desastre de Mariana, paralelos e diferenças: O papel do Estado no Desenvolvimento Sustentável”; Prof. Dr. Manoel Araújo Teixeira (Univás), que falou sobre o tema “Recuperação das áreas degradadas: Estimativas e Desafios”; Prof. Dr. Luciano Costa (USP) e Prof. Dr. Rafael Lazzarotto Simioni (FDSM), que falaram sobre o tema “O Vale, a Vale e a Lama”; Prof. Dr. Luís Renato Vedovato (Unicamp), que abordou o tema “Direitos Humanos e Empresas: nova fronteira para antigos obstáculos”; Profª. Dra. Ana Elisa Spaolonzi Queiroz Assis (Unicamp), que falou sobre o tema “Educação e Gestão Ambiental”; e Prof. Renato Augusto Passos (USP), que abordou o tema “O desastre de Mariana como problema de saúde global”. Ao final, foi aberta a exposição fotográfica “O Vale, a Vala e a Lama”, do professor e fotógrafo Luciano Costa, em conjunto com o coordenador do programa de Pós-Graduação da FDSM, Prof. Dr. Rafael Lazzarotto Simioni. Cerca de 130 pessoas participaram do evento. 

       A Profª. Dra. Maraluce Maria Custódio falou sobre a importância de se discutir a catástrofe de Mariana. “Após um ano da catástrofe ambiental, este evento marca um protesto sobre o fato do desastre não ter, até hoje, nenhum caminho efetivamente traçado. As discussões interdisciplinares fazem com que o evento seja mais rico e nos faça pensar em soluções. Na minha fala eu trago o caso de Aznalcóllar, que ocorreu na Espanha, em 1998, e que foi um fato idêntico ao de Mariana. Trazendo este caso, eu consigo mostrar como ele foi tratado e quais decisões foram tomadas. Nós entendemos então que este não é apenas um problema do Brasil, mas algo que envolve o meio ambiente do planeta como um todo”, disse.
          
Para a aluna do 8º período da FDSM, Clarissa Paiva Guimarães e Silva, o evento colocou em pauta assuntos importantes sobre a preservação da fauna e flora. “O evento foi muito interessante, e o assunto é de extrema importância, pois atinge não só a população de Mariana, mas do Brasil inteiro. O Colóquio serviu para nos mostrar que devemos ter mais consciência e pensar em alternativas sustentáveis para a melhoria da fauna e da flora do nosso planeta”, comentou. 

     A Prof.ª Dra. Ana Elisa Spaolonzi Queiroz Assis abordou a questão da gestão e educação ambiental. “Para falar sobre a tragédia de Mariana, é interessante que haja uma discussão teórica, com diferentes áreas de atuação, ou seja, uma discussão interdisciplinar, vinculada a uma discussão de sensibilização. Quando eu falo sobre gestão e educação ambiental, eu estou dizendo que existe uma crise da racionalidade, ou seja, nós precisamos entender a educação ambiental de outra forma para conseguir fazer uma boa gestão. Nós conseguimos isto com uma discussão efetiva e parando de pensar somente na sensibilização. A organização do evento foi brilhante, bem como os temas escolhidos para serem discutidos”, disse. 


     O professor e fotógrafo Luciano Costa, agradeceu o convite. “Primeiramente gostaria de agradecer a FDSM pela oportunidade de participar deste colóquio e também pelo convite do professor Rafael Lazzarotto Simioni. Um evento como este é fundamental, pois nos faz lembrar o caso com uma perspectiva mais ampla no que diz respeito à tragédia ambiental, e também no âmbito jurídico, social e histórico. Nós precisamos pensar sobre o tipo de sociedade que estamos produzindo, com grau de concentração de riqueza e poder nas mãos de tão poucos”, finalizou.

Exposição fotográfica "O Vale, a Vala e a Lama"

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