28 de outubro de 2010

Profª Ana Carolina está entre os grandes autores da obra “Cidades Impossíveis”

Formada pela FDSM e mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, a Professora Ana Carolina de Faria Silvestre é uma das autoras da obra coletiva “Cidades Impossíveis”. O livro foi lançado no último dia 27 de outubro em São Paulo. Leia, a seguir, entrevista com a Professora.

1 – Professora, fale um pouco sobre a obra “Cidades Impossíveis”.
“Cidades Impossíveis é uma obra literária que tem como objetivo tratar, de forma livre, o tema da vida nas cidades. Nós, os autores, fomos todos incitados a pensar reflexivo-criticamente sobre o que tem significado viver na (pela) cidade, no contexto atual. Apesar de se tratar formalmente de uma obra literária, em sua essência, Cidades Impossíveis é uma tentativa reflexiva com sólido fundamento no legado do pensamento crítico. É uma tentativa claramente alinhada com o movimento law and literature”.

2 - Como surgiu este projeto?
“O projeto de Cidades Impossíveis surgiu no início deste ano, fortemente influenciado pelo sucesso de Vidas à Venda. A possibilidade de discutir filosoficamente temas que nos atingem a todos enquanto pessoas experimentando o mundo da vida - o que nos convoca à necessidade de compreender e refletir também sobre suas mazelas - de forma livre (sem rigor científico) se revelou extremamente frutífera. A recepção calorosa de "Vidas à venda" nos estimulou a engendrar este novo projeto de cunho iniludivelmente filosófico, sociológico e político”.

3 – Qual o principal objetivo da obra? O que ela pretende transmitir?
"Cidades Impossíveis pretende abordar a vida nas grandes cidades. Este é um projeto audacioso e, certamente, aberto. A obra intenciona estimular reflexões acerca das pessoas na cidade. O que nos convoca, primeiramente, a refletir comprometidamente acerca do valor da pessoa humana enquanto pessoa e não enquanto ser inserido na esfera comunitária. A redução da pessoa a indivíduo, a diluição do ser enquanto unidade autônoma e singular a uma massa informe de números sem rosto. Certamente a obra está comprometida com o tratamento crítico e contextualizado destes temas”.

4 – Como foi a sua participação no projeto?
“Quando recebi a provocação-tema deste projeto, pensei logo em escrever algo sobre o caos experimentado nas grandes cidades. Sobre o trânsito infernal, a falta de infra-estrutura, as enchentes recorrentes; sobre a barbárie experimentada na floresta de pedra. No entanto, já concretizada esta tentativa, um dia, após a reunião do grupo de pesquisa, conversando com uma colega, ficou muito claro pra mim que apesar de comprometido, meu texto era uma farsa. Meu contato com as questões que salientava naquele texto era episódico e corria um sério risco de ser, também, caricato. Percebi que deveria falar sobre algo que me é realmente familiar; a minha cidade. Produzi um novo texto, partindo da realidade que experimentava cotidianamente, sobre a vida na minha bela cidadezinha localizada no sul das Minas Gerais; Santa Rita do Sapucaí. Meu texto tem, reconhecidamente, um caráter lúdico, talvez poético. Ele explicita o grande amor que nutro pela minha cidade, mas, como não poderia deixar de ser, expõe também questões problemáticas resultantes desta experiência comunitário-cultural”.

Nenhum comentário: